Quando há 20 anos tomei a decisão de conhecer a Autocura Tântrica NgalSo, como método para conquistar um caminho de cura para o corpo e a mente, era a minha última opção, porque nem havia remédio que me curasse. O próprio médico alopata, para me acalmar, me sugeriu buscar alternativas, minha doença era a somatização da raiva manifesta no corpo fisico.

A prática de meditação me ensinou a focar no momento presente, desta forma foi se dando um processo de limpeza e esvaziamento da mente conturbada, e gradualmente fui desenvolvendo habilidade de viver o momento presente, consciente de minhas experiências – fossem ela quais fossem. Aprendi a fazer as pazes com o passado e a não levar o futuro tão a sério, já que ele me causava medo. Comecei então, a responder sabiamente às situações, abandonando o automatismo ao qual estava habituada.

O tempo foi passando me despertando outros interesses que não fossem o meu rígido passado, nem o improvável futuro. Fui adquirindo real consciência de mim mesma, no presente e, consequentemente, dando mais atenção aos meus relacionamentos. A vida foi ficando mais leve, criativa e pacífica, ainda que sob estresse da dor e da doença.

Se formos violentos conosco ou com outros, é porque não estamos respeitando nossos limites. A nossa natureza é pacífica, nos perdemos de nós mesmo, por conta da falta de atenção à mente, que se alimenta de qualidades como: perdão, tolerância, flexibilidade, harmonia, entre outras, só alcançadas no estado de calma durante a respiração atenta.

Em momentos de extrema raiva é preciso respirar até que seja interrompida essa emoção destrutiva. A violência emocional mata mais do que as armas e revólveres, destrói famílias e sociedades, a começar pela nossa saúde física e emocional. Lama Gangchen Rinpoche diz: “Necessitamos da consciência e da atenção pacíficas e relaxadas, pois se utilizarmos nossa energia de forma errada, com violência, sem paz, cedo ou tarde – como a conta telefônica – nós teremos que pagar! A paz interna é a nossa luz interior e nossa melhor companhia, o mais importante conhecimento que podemos adquirir”.

Rute Cardoso
Diretora do Tardö Ling – Centro de Desenvolvimento Humano, Cultural e Filosófico. Colaboradora da Fundação Lama Gangchen para Cultura de Paz, membro do Movimento Paulistanos Pela Paz, do Movimento Por Um Brasil Livre de Usinas Nucleares e terapeuta corporal.