Marcos Sorrentino

Marcos Sorrentino

Escolher a calma tem 1001 utilidades e um sentido existencial mais profundo.

Mastigar mais e recepcionar os alimentos com gratidão, comendo e desperdiçando menos, compreender os equívocos e agressividade do outro diminuindo a violência no trânsito, não ter variações súbitas na pressão arterial ou no balanço euforia, ansiedade e depressão, dar atenção e cuidados aos outros seres, inclusive aos humanos, descobrindo a beleza de cada momento e dos pequenos atos do cotidiano, são alguns dos efeitos colaterais dessa opção pela Calma.

A busca por respostas para as inquietações existenciais, também exige a Calma. A felicidade não está no consumo contumaz e compulsivo, no prazer rápido e efêmero, que pede mais e mais e não satisfaz jamais.

Fast food, fast love, satisfação imediata e anti-depressivos, drogadição, baladas e o sentimento de vazio existencial, niilismo e diversionismo que distancia de si próprio, de nossas identidades e comunidades, estão na contramão do auto-conhecimento, do desvelamento de nossas próprias perguntas e do desvendamento que permite nos sentirmos condutores de nosso próprio caminhar.

Escolher a Calma é cultivar o diálogo Eu-Tu buberiano, ouvindo a si próprio, ao outro – árvores, humanos, ventos e também dando ouvidos e tempo à terna e eterna busca por Deus.

 

Marcos Sorrentino
Docente no Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP, onde coordena o Laboratório de Educação e Política Ambiental (Oca).